Silencio (Filme de 2016)

Um filme que nos instiga a refletirmos sobre a fé e a religião. O que é fé? E qual é a importância da religião? O que a religião nos ensina? A religião une ou separa os povos? A religião comunica ou encerra a comunicação? Jesus pregou religião? Jesus defendeu a bandeira do judaísmo (apesar de ter nascido nesta religião)? O que é mais importante: amar o próximo ou os símbolos sagrados? Quem é maior ou dever ser maior: a religião ou as pessoas? O cineasta Martin Scorsese retrata muito bem tais questões neste filme. Quando a religião se torna um time de futebol que procura mostrar para uma religião oposta quem detém a legítima interpretação teológica, o resultado sempre são as guerras, a intolerância, o ódio, a pratica gratuita de violência, o genocídio, etc. Não foi isto que o cristiaNíSMO (Ismo: doutrina, sistema, teoria, tendência, corrente etc.), promoveu no mundo? Não só o cristianismo, mas muitas religiões, quando demarcarem seus territórios nas regiões do planeta. Jesus não fundou nenhuma religião, mas nos ensinou a transmitirmos vida, e a sermos pessoas do bem; pessoas do amor; pessoas da paz. Mais uma pergunta: sermos do cristianÍSMO ou sermos uma cristandade (sufixo de origem lat., pelo modelo fidelĭtas,ātis)? Creio que a praticidade na palavra de Cristo Jesus é saudável e eficaz, porque a palavra de Cristo não gera ódio; intolerância ou guerras, mas gera vida em amor. A vida de fé é um caminhar de consciência que por sinal é uma boa consciência, não aquela consciência que a bancada evangélica pentecostal e neopentecostal transmite no Congresso brasileiro; não aquela consciência que desrespeita a religião, os dogmas e as tradições do outro, por isso que muitos cristãos, bem-intencionados ou não, morrem no martírio, porque estão dotados na pretensão de levar mais uma cultura, mais uma tradição, mais uma bandeira religiosa a outras regiões. Durante anos pessoas morreram porque desrespeitaram um item sagrado, um ícone sem vida, um livro sacro (até mesmo a bíblia), a voz de um sacerdote, um dogma, uma tradição, etc.; pessoas foram vitimadas seja por atitude de “fé” (porque não se prostraram ou não quiseram renunciar um segmento religioso e aceitar outro, apesar de tudo ser religião. Mas, a questão que importa é: ser ou não ser uma pessoa boa. Mahatma Gandhi foi um personagem de luz e não era do cristianÍSMO, ele era do hinduísmo, mas transcendeu a religião. Percebo que os ÍSMOS cega, e até João, discipulo de Jesus, escreveu a revelação que dizia: “Cuidado com a Babilônia. Sai dela povo meu, e não sejam cumplices de seus pecados” (Apocalipse 21). Porque o sistema babilônico (a religião em conluio com a política), conspira contra a humanidade: por meio do ódio, limpeza étnica, intolerância, indiferença, etc., como fez o cristianÍSMO e suas políticas na América-Latina; e como acontece nos dias de hoje, vemos isto em Myanmar (um país da Ásia), onde grupos religiosos budistas estão promovendo uma limpeza étnica contra os rohingyas, uma minoria mulçumana. A pergunta é: “Ser ou não ser? ”. Que tipo de fé deve estar enraizada na minha individualidade? A fé que é Caminho estreito porque se manifesta dentro de mim para a promoção do bem, do exercício da misericórdia; da compaixão, da esperança e do amor ao próximo que transcende o templo e a religião (“Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Mateus 12:6,7”); ou aquela “fé” que se sustenta na bandeira do ódio; que crê nos elementos da religião como verdade; que inferioriza o outro em prol dos interesses sacros (os interesses da Igreja/propriedade/sistema; e que faz do mundo um campo de batalha, de disseminação do ódio e de destruição da vida. O que queremos ser afinal? Porta vozes do bem, do que é bom, belo e perfeito (que não se manifesta na mídia, mas que fermenta na massa, nas escondidas, no oculto, mas que gera transformação para a vida), ou porta vozes da morte (separação). Este é o tipo de problemática que é acarretado neste filme. Parabéns Martin Scorsese!

DEMOCRACIA EM XEQUE

A ingofascismosvernabilidade política do Brasil nos dias atuais vem sendo resultado de sucessivos erros administrativos do PT (partido trabalhista), e crises econômicas na esfera internacional (abrangendo diversos países), com as osciladas do capitalismo moderno. Esta crise econômica faz ressurgir grupos políticos autoritários e fascistas que se embasam também no conservadorismo de grupos religiosos e moralístas da sociedade. Trata-se de uma guinada política que manipula as massas aos interesses de grupos partidários oportunistas. Preocupa-me o cenário político aqui no Brasil que anda a beira do colapso administrativo. Resta-nos (para aqueles que prezam pela democracia) lutarmos pela manutenção democrática, da liberdade de expressão, sabendo que ainda não alcançamos (como país) a totalidade civilizatória, ou dignidade de um país civilizado. O conflito de interesses é constante, e sempre pende aos objetivos tendenciosos das classes dominantes e grupos religiosos (hoje em sua maioria formado por radicais evangélicos). Não me representa estes políticos oportunistas (em maioria) que peranbulam no congresso nacional, juntamente com esta diversidade partidária, muito menos o PT. O que me dar calafrios é o pós PT (Caso o PT seja tirado do poder ), pois o que se respira na sociedade brasileira nestes anos é um ar de ódio e fascismo. Esta atmósfera é perniciosa e perigosa. A queda de sistemas políticos, a exemplo do século XX ocasionou guerras, perseguições, morticídios de milhões,etc. Sistemas políticos que assumiram o poder com as aclamações da massa e o respaldo das religiões. Hoje vemos a ascensão do movimento evangélico na política (pentecostais e neopentecostais), gritando guerra contra “comunistas” e  direitos das minorias. A religião vem se aparelhando com a política, e o sistema jurídico também, para a nossa infelicidade. Esta conjuntura é terrível e mortal. A justiça se torna cega e parcial, favorecendo o sistema político, causando detrimento da aplicabilidade da justiça. É o grito de pão que faz ressuscitar regimes totalitários. Todo sistema político que assume o poder por meio de golpes causam mudanças catastróficas em qualquer sociedade. Vemos isso na história recente: Alemanha e União Soviética. Opositores foram silenciados, enviados para campos de concentração; milhares foram mortos. Há um estreitamento mental que pede pela centralização do poder, isto pode ser visto aqui no Brasil e em outros países do mundo. É preocupante o crescimento desta atmosfera de ódio e fascismo.